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INFORMATIVO NÚMERO 2
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A escrita no
idioma hebraico
parte I


A transmissão de mensagens não necessariamente exige a utilização de um alfabeto. A escrita cuneiforme dos Sumérios (povo que vivia na Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, por volta do quarto e quinto milênios antes da era comum) e também os hieróglifos egípcios são exemplos de comunicação escrita através de outros métodos.

Voltando no entanto à escrita por meio de alfabetos, é interessante notar que a origem desta palavra não é latina (alphabetum) e nem deriva das duas primeiras letras do alfabeto grego (“alpha” e “beta”) como muitos apregoam, mas sim criada a partir das letras semíticas “alef” e “bet”, muito mais antigas que o alfabeto grego!

Outro aspecto importante, também relacionado ao tema “escrita”, é que num passado remoto o ato de escrever e registrar fatos era exclusividade de uma casta muito especial da sociedade: sábios e sacerdotes que dedicavam suas vidas ao processo de escrita.
Com efeito, saber ler e escrever utilizando sistemas gráficos tais como os hieróglifos egípcios ou os caracteres cuneiformes mesopotâmios, que representavam palavras completas ou sílabas, mas não sons elementares, implicava em saber “de cor” uma quantidade imensa de sinais e representações gráficas. Era necessário conhecer centenas de diferentes símbolos para poder descrever um acontecimento, registrar um fato.

Por tal razão costuma-se afirmar que, com o surgimento do alfabeto, que consiste em um conjunto limitado de caracteres (menos de trinta), através dos quais os sons básicos de um idioma são representados, houve, efetivamente, a democratização do conhecimento.

Escrita cuneiforme (significa “em forma de cunha”, em referência aos objetos empregados para gravar os caracteres).
Hieróglifos (significa, em grego, “escrita sagrada” – hierós - sagrado e glýphein – escrita).
Adaptado de “Les mystères de l'alphabet"
Marc-Alain Ouaknin, ed. Assouline (1997)